Diferentes por definição, as fibras prebióticas são constituídas de ingredientes fermentáveis, que resultam em alterações específicas, na composição e/ou atividade da microbiota gastrointestinal. Por essa razão, nem todas as fibras podem ser classificadas como prebióticas.1, 2 Podemos citar como prebióticos, os frutanos - inulina e frutooligossacarídeos (FOS), galactooligossacarídeos (GOS) e oligossacarídeos, estes, derivados do amido da glicose. Eles podem ser encontrados naturalmente na dieta, em grãos integrais, como aveia e cevada (b-glucanos), frutas, como maçãs (pectina) e leguminosas. Os frutanos do tipo inulina estão intrínsecos no agave, alcachofra, aspargo, banana, raiz de chicória, alho, cebola, alho-poró.3
Dose tolerada:
Os diferentes efeitos da ingestão e dosagem tolerada de cada tipo de fibra prebiótica estão, em partes, decorrentes das diferenças entre suas estruturas químicas. Como por exemplo, fibras altamente fermentáveis como inulina, apresentam dosagem tolerada em torno de 20g/dia. Quantidades superiores podem causar efeitos negativos como gases, estufamento e diarreia.4 Para fibras menos fermentáveis, como polidextrose e fibra de milho solúvel, estudos clínicos sugerem um limite de 50g/dia.5
Efeitos associados à ingestão das fibras prebióticas:
Em relação a nutrição da microbiota intestinal, o consumo dos prebióticos, alimenta um grupo seleto de microrganismos, que por sua vez, colonizam o intestino e favorecem a multiplicação de bactérias benéficas6. Ensaios clínicos revelam que GOS, inulina e xilo-oligossacarídeo induz o aumento da população de bactérias do gênero Bifidobacterium spp. enquanto, a fibra de milho solúvel e polidextrose estimula mudanças mais diversas nos filos Bacteroidetes e Firmicutes.4 Refletindo em benefícios à saúde, justamente por promover atividade imunomoduladora e antibacteriana, e ainda, a produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs)7-9. Aliás, alguns pesquisadores observaram inúmeros benefícios do AGCCs para o epitélio gastrointestinal, integridade celular, homeostase da glicose, metabolismo lipídico, regulação do apetite e função imunológica. Sendo assim, de grande relevância para a saúde intestinal, bem como para disfunções metabólicas do organismo4.
Em resumo, existem evidências científicas, que comprovam a eficácia do consumo fibras do tipo prebióticas, na modulação da microbiota intestinal, assim como, beneficia a saúde do organismo.